ChatGPT

By Marlise Vidon - 5/03/2023 06:02:00 AM

 


O assunto do momento é o ChatGPT. Passei um tempo tomando coragem de me infiltrar nele, assim como ele faz com a mente humana. Confesso que tive receio de que ele me superasse nas ideias e sentimentos, e pode ser que um dia o faça. Besta que somos, desenvolvemos algo que poderá nos aniquilar, assim como as bombas atômicas. Chego a ter um pouco de dó dos meus descendentes. Enfim, pedi ao Chat para criar um conto em que um ET chega na Terra e se depara com o ser humano sem interações sociais, focado nas telas de celulares e computadores. 

O Chat, em menos de um minuto, criou um conto com ênfase nas relações humanas. Sinceramente, achei que o Chat parecia querer me enganar, enobrecendo as relações sociais em detrimento às tecnológicas, ou eu estou vendo muito Matrix. A verdade é que não há como ignorarmos a IA e seu alcance. 


Também escrevi um conto com o mesmo tema. Cada um tire a sua própria conclusão. 



Um ET na Terra – Marlise Vidon


Gz foi escolhido para avaliar o terráqueo. Dentre todos os ETs do mundo Segk,

Gz se destacou por sua inteligência associada à sabedoria em compreender outras

culturas e civilizações.

Nossa galáxia foi descoberta ao acaso. Fomos observados por bastante tempo,

até que Gz foi enviado. Como todos no mundo Segk eram transparentes, Gz não

correria o risco de gerar um conflito ou ser atacado naTerra.

Em Segk a comunicação era telepática. A linguagem era usada raramente,

mais para chamar atenção de algo não percebido. Eram seres

silenciosos e empáticos. No amor, vibravam uma energia desconhecida ao ser
humano, algo parecido com um orgasmo de corpo e alma, interminável. Viviam em
um mundo de harmonia e bem querer.
Gz chegou na Terra em São Paulo capital à noite. Percebeu

que os seres humanos também não falavam muito. Havia um dispositivo eletrônico
bastante rudimentar que conectava os terráqueos. Todos olhavam para o tal
dispositivo, mas Gz não sentiu a energia do encontro. O que poderia roubar toda
a atenção e tempo do ser humano? Deveria ser algo encantador. Alguns poucos
ainda conversavam e se tocavam, eram a exceção. Gz precisava descobrir o que 
continha o tal dispositivo. Se infiltrou entre o ser humano e a caixinha. Viu que 
cada um enxergava uma coisa.
Gz entendeu que o homem construiu seu mundo de interesses dentro do dispositivo
e assim parou de olhar para o outro. A caixa refletia seu dono. Tinha imagens,
sons, sorrisos e aplausos, mas não tinha amor, muito menos alegria. Havia ali
muita solidão. Quem a possuía, tinha seu próprio espelho na tela. Gz se entristeceu 
com a raça humana. Teve vontade de quebrar os dispositivos
que mantinham o homem distante de si mesmo.
Voltou para seu mundo e lá contou que na Terra viu pouco amor. Parecia um
mundo às avessas, onde o que se mostrava era o oposto do que se sentia. Não havia
telepatia, só o desejo de ser o outro. O ser humano não conseguia um contato
verdadeiro entre suas mentes.
Gz e os Segkianos se despediram da Terra. Havia ainda um longo caminho a percorrer
para os terráqueos. Ele entendeu que o homem precisava primeiro se encontrar, para só
então se perder, ficar transparente para chegar ao mundo Segk.




Um ET na Terra - ChatGPT



Há muitos anos-luz de distância, em um planeta distante, uma criatura estranha estava viajando pelo espaço. Era um ser extraterrestre curioso, com uma aparência que lembrava um polvo misturado com uma aranha e um pouco de anfíbio.

Ele voou por vários sistemas solares, estudando diferentes planetas e criaturas, até que um dia encontrou a Terra. Curioso, ele decidiu pousar para explorar este novo mundo.


Quando o extraterrestre aterrizou na Terra, ele percebeu uma coisa muito estranha - os seres humanos estavam todos olhando para seus telefones e computadores, sem interagir socialmente. O extraterrestre tinha estudado muitas civilizações em sua jornada, mas nunca havia visto algo tão estranho.


Ele cruza a cidade silenciosamente para observar de perto a vida dos humanos. Eram tão diferentes dos seres que ele conhecera. Não faziam observações interessantes, não sorriam uns para os outros, muito menos trocavam uma palavra. Eles apenas digitavam rapidamente em seus aparelhos, e com frequência aparentavam irritação caso algo não funcionasse da maneira que esperavam.


O extraterrestre entendeu que telefones e computadores eram comuns nesta sociedade, mas ficou surpreso ao ver como os humanos as usavam sem parar, mesmo quando não precisavam delas. Ele ficou confuso e triste em perceber que essas pessoas estavam perdendo toda a riqueza da comunicação, das experiências que vêm das interações humanas e relações sociais.


Passou dias observando as pessoas da cidade. Um dia, acidentalmente uma pessoa esbarrou no extraterrestre, sem percebê-lo. O alienígena aproveitou a situação e, usando seus poderes, entrou no corpo do humano sem ser notado.

Foi uma experiência aterradora para o extraterrestre. Ele observou o mundo sob a perspectiva do humano impossibilitado de fugir do vício às telas. Mas acima de tudo, ele se conectou com as emoções e pensamentos do ser humano, e isso fez com que nunca mais olhasse para as telas da mesma forma.


Quando finalmente liberou o corpo humano, o extraterrestre descobriu que o problema dos humanos não estava apenas em sua dependência das eletrônicas. Ele compreendeu que, em última análise, os humanos sozinhos poderiam mudar; e que nenhuma mudança significativa poderia ser feita sem contato entre humanos e interações sociais significativas. Sua vontade era de compartilhar esta valiosa lição para suas outras comitivas alienígenas, mas sabia que era apenas um viajante intergaláctico em uma pequena jornada no labirinto da vida.


O extraterrestre partiu, mas antes de deixar a Terra, ao invés de deixar algo na Terra, ele levou consigo lições valiosas aprendidas com essa experiência, que iriam mudá-lo para sempre. Sabia que elas seriam úteis em outras sociedades capazes de evoluir de maneira equilibrada, sem abrir mão da beleza das ligações humanas.

 


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