Detalhes
By Marlise Vidon - 2/21/2025 03:51:00 AM
Em que detalhe me perdeu?
No silêncio angustiado que não questionou
No cansaço estampado que não desconfiou
No olhar sedento por afinidades
No carinho que esqueceu
No descaso
Na omissão do amor
Em que detalhe me ganhou?
No armário sob medida para nós
No sofá que me abraçou com seu braço
Na disposição de mudar pelo outro
Na batalha de me reter
nos dias de sua velhice
Em que detalhe me permiti?
Naquele que tentou reencontrar
O que há de melhor em nós
2 comentários
- Em que ínfimo detalhe a epifania do reencontro se manifestou?
ResponderExcluirNo leve roçar dos dedos, onde a pele se tornou partitura de emoções. No fulgor de um olhar que, como espelho, refletiu verdades há muito intuídas. No som cristalino de uma risada, ecoando alegrias que o tempo não apagou.
Na palavra não dita, mas compreendida no silêncio. No cansaço compartilhado, que em vez de pesar, acolheu. No olhar que, como bússola, encontrou novamente o norte da afinidade. No carinho que, como fênix, renasceu das cinzas. No cuidado mútuo, que se fez manancial de afeto.
O amor se fez presença. A epifania se fez carne.
- Em que crisol nos refundimos, alquimistas do amor?
Na argila moldável das vivências, esculpimos um vaso mais resistente e belo, pronto para conter o néctar do amor amadurecido. No espaço sagrado que se abriu entre nós. No abraço silencioso que o sofá testemunhou.
Na entrega sem reservas, na metamorfose vivida a dois. No ato de reescrever nossa história não como um retorno ao passado, mas como um novo capítulo, tecido com o fio da experiência e o brilho da renovação.
O presente nos pertence. O futuro nos aguarda, página em branco à espera da sinfonia que comporemos juntos.
- Em que instante de ousadia nos permitimos, enfim, desvendar a essência do ser?
Naquele momento liminar, quando nos olhamos não com os olhos do ontem, mas com a sabedoria do agora. Quando, como arqueólogos da alma, resgatamos o tesouro que nunca se perdeu, apenas aguardava ser reencontrado.
No tempo, mestre paciente que nos ensinou a amar melhor. Na paciência, virtude que nos permitiu esperar sem desistir. Na esperança, farol que nos guiou de volta um ao outro.
Na certeza inabalável de que o amor, mais que destino, é escolha. Posto que, o amor é um eterno reinício. Escolha diária, chama inextinguível, laço que se fortalece a cada recomeço.
💛💚💜
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