O casal chegou atraindo o olhar das três amigas. Idosos de mãos dadas, fantasiados para festa junina.
Apostamos se já estariam juntos há muito tempo ou se era um novo relacionamento. Fomos até eles e perguntamos.
“São oito anos de namoro e 40 de casamento”, disse a esposa.
A próxima pergunta não se conteve:
“São felizes? Sabiam desde o início que passariam a vida juntos?
Ela disse:
“Não, foi crescendo aos poucos. Tivemos nossas dificuldades mas sim, somos felizes. Não sabia que ele seria o homem da minha vida. Essas coisas às vezes acontecem, viu!”
E ficamos ali a prosear, encantadas com a sintonia do casal. Seu amor nos contagiou. Seguimos com nossa festa junina, com um sentimento bom nos abraçando.
O amor estava ali, diante de nós. Sem holofotes, tinha brilho próprio. Sem querer deslumbrar, encantava na sua simplicidade. Sem querer ser alma-gêmea, foram suporte um para o outro vida afora. Porque o amor acontece na rotina, na aceitação dos defeitos, na dor da perda e nos momentos felizes. Pode se vestir de fantasia, porque é verdadeiro. Ele é percebido no decorrer dos anos, sentido no olhar. Não deixa dúvidas. De tão grande, irradia e encanta quem dele se aproximar.
E as três amigas sorrindo sonharam.
O casal fantasiado, na verdade, se vestiu de amor.
